terça-feira, 10 de setembro de 2013

     A Pró-reitoria de Ensino, por meio da Diretoria de Educação a Distância do IFCE, anuncia a abertura de um novo polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e dez polos da Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec), beneficiando diretamente Fortaleza, região metropolitana e interior do Ceará.
Este ano, está sendo implantado o curso de Tecnologia em Hotelaria no município de Beberibe, ofertado pela UAB, e os cursos do e-Tec de Alimentação Escolar, Infraestrutura Escolar, Secretaria Escolar, Segurança do Trabalho, Redes, Edificações e Eletrotécnica, distribuídos entre as cidades de Campos Sales, Pacajus, Russas, Mauriti e Fortaleza, sendo sete polos na Capital.
    Esses polos atendem a uma exigência mínima de estrutura recomendada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), como salas de aulas, biblioteca, prédio com acessibilidade e funcionários cedidos pela prefeitura.
Segundo a Diretora de Educação a Distância do IFCE, Cassandra Ribeiro, outros prefeitos de cidades do interior já buscam pela implantação de polos de EaD para proporcionar ensino superior de qualidade em seus municípios.
Serviço
Ampliação da rede de unidades de Educação a Distância.
Cidades beneficiadas: Fortaleza, Beberibe, Mauriti, Pacajus, Russas e Campos Sales.

domingo, 8 de setembro de 2013

          Russas é  um município brasileiro localizado no estado do Ceará, na região do Baixo Jaguaribe. Situa-se à 165 km da capital Fortaleza, tendo como principal acesso a BR 116. A cidade constitui um dos mais importante centros populacionais e econômico do Vale do Jaguaribe.  É conhecida como a “Capital do Vale do Jaguaribe”, “Terra da Laranja Doce”, “Terra das Telhas Vermelhas”, e “Terra de Dom Lino”.


Origem Militar
As terras que viriam a constituir o atual município de Russas eram habitadas por tribos indígenas até a chegada dos primeiros colonos, por volta de 1690, oriundos da capitania de Pernambuco e de Portugal. Em 1695, o governador da Capitania de Pernambuco ordenou a construção de uma pequena fortaleza no curso baixo do Rio Jaguaribe, onde hoje se localiza a cidade de Russas. Esta fortificação, que recebeu a denominação de Forte Real de São Francisco Xavier da Ribeira do Jaguaribe, foi o embrião da cidade. Foi erguido numa época em que os povos indígenas do Ceará se encontravam em luta contra a presença portuguesa na região,a chamada Guerra dos Bárbaros. Palco de massacre de índios residentes na região, o forte foi destruído em 1705 durante uma rebelião dos detentos, que atearam fogo na edificação. Após sua destruição, o governador da Capitania de Pernambuco propôs à Coroa portuguesa a extinção deste forte, considerando terem os indígenas deixado livre aquela área, perdendo o forte a sua finalidade.


Forte Real de São Francisco Xavier da Ribeira do Jaguaribe de aproximadamente 1695 – 1705
Fonte da foto: Hider Albuquerque

Crescimento com a criação de gado 

A economia local se expandiu baseada na criação de gado. Iniciou-se com o núcleo militar São Francisco Xavier, que segurava 150 currais de gado, e depois consolidou-se como entreposto dos vaqueiros que traziam gado do interior para vender no porto de Aracati na época do ciclo da carne de charque no Nordeste.
Entre os criadores, se destaca Teodósio Gracismão de Abreu, que recebeu sua Sesmaria em janeiro de 1681 e foi o doador de meia légua de terra em quadra para patrimônio da Igreja, onde foi erguida a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário das Russas.  A construção da igreja se iniciou em 1707, sendo a mais antiga do estado do Ceará. No ano de 1712 o Vigário de Russas, que já detinha o poder espiritual, passou a acumular o poder temporal, quando recebeu o Termo de Curato das Russas. Em 1735, o Bispado de Pernambuco, ao perceber a crescente riqueza das fazendas de criação, resolveu dar a administração da paróquia aos Jesuítas, que eram fiscalizados de perto pelos Visitadores do Recife, sempre preocupados com os tributos sobre as mercadorias jaguaribanas. A igreja foi reconstruída com estrutura de maior porte em 1735, agora chamada de Matriz de Nossa Senhora do Rosário, a mesma que se encontra hoje no centro de Russas.



Criação da vila em 1801 

Desde o século XVIII a população da ribeira do Jaguaribe aspirava por autonomia política. Em 15 de junho de 1801, o governador da Capitania do Ceará, Bernardo Manuel de Vasconcelos, ordenou ao ouvidor Manuel Leocádio Rademaker que transformasse em vila a povoação de Sítio Igreja das Russas, que ficou conhecida como São Bernardo das Russas. A vila foi instalada em seis de agosto daquele mesmo ano.
A cidade teve, contudo, a primeira oportunidade de ser elevada a vila em 1766, durante o governo do ministro português Marquês de Pombal, quando Carta Régia enviada a Capital da Província em Pernambuco mandava que se criasse nova Vila na Ribeira do Jaguaribe (Russas). O então Vigário Manoel da Fonseca Jaime omitiu a ordem aos moradores de Russas, pois uma vez elevada a Vila, o Pároco perderia metade de seu poder político, já que ficaria apenas com o poder espiritual.  A segunda oportunidade surgiu em 1799, quando Recife decretou a criação da Vila Nova de Santo Antônio do Ouvidor das Russas. Mas a documentação foi considerada inválida, já que neste mesmo ano a Capitania do Ceará se desvinculava de Pernambuco tornando-se Província.
Desde 1938 a cidade adota o nome resumido que conhecemos hoje: Russas. A origem do topônimo Russas tem sido alvo de discussão entre estudiosos da área. Uma das versões populares é de que surgiu em referência a cor das éguas de um fazendeiro chamado Zacarias do Pedro Ribeiro, nos primeiros anos do povoamento, que possuía éguas cobiçadas e vistosas éguas de cor ruça. Os animais se destacavam pela uniformidade de sua cor encarnada, sendo batizadas de éguas russas (embranquecidas). Outra possibilidade é de que o nome faz referência à existência no local de umas pedras brancas de granito com partes pintadas de tinta vermelha. Existe ainda quem defenda que o nome se originou da reminiscência sentimental de uma família pernambucana que estabeleceu-se nesta zona e teria dado ao local o nome da sua terra de origem localizada no nordeste de Pernambuco.


Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário quando tinha apenas uma torre.
Fonte da foto: Hider Albuquerque

Desenvolvimento da cidade até os dias de hoje

A cidade logo se tornou o centro para onde convergia toda região jaguaribana. Assim foi primeiramente o núcleo militar (com a Fortaleza de São Francisco Xavier que segurava 150 currais), centro religioso (com a construção da Matriz de Nossa Senhora do Rosário de Russas), centro econômico, político e administrativo.
Russas é um importante pólo econômico do Vale do Jaguaribe. Localizada numa região de solo fértil do Vale Jaguaribano, Russas sempre foi ponto estratégico para o transporte de pessoas e mercadorias. Isso ocorre por ali ter passado a Estrada Real do Jaguaribe no período colonial, depois a estrada Transnordestina e hoje a BR 116. Após o ciclo da Carne de Charque, a economia do município passou pelo ciclo do algodão, o ciclo da carnaúba, e da laranja. Nos dias de hoje a economia russana é baseada em movimentado Comércio, prestação de serviços,  Agronegócio (Frutos tropicais com o projeto Tabuleiro de Russas), e Indústrias. Russas possui grande pólo ceramista, com mais de 100 indústrias instaladas, sendo o maior produtor de telha colonial do Nordeste. O município é  sede de filial da indústria Dakota Calçados, uma das maiores empresa calçadista da América do Sul, que constitui o maior empregador da cidade, gerando em torno de 4.000 empregos diretos.
Atualmente, Russas se mantém como pólo militar, com a sede do 1º Batalhão Militar; pólo religioso com mais de 30 templos católicos, vários evangélicos, e também outras religiões; pólo político/admistrativo com as sedes da AmuVale (Associação dos Municípios do Vale do Jaguaribe), de equipamentos federais (Receita Federal, Banco do Brasil,  INSS, DNIT), e estaduais (CREDE 10, 9ª Coordenadoria Regional de Saúde, DETRAN, Regional do Baixo e Médio Jaguaribe da CAGECE); Em breve Russas será também importante centro de ensino superior, com a expectativa da implantação de um Campus avançado de Universidade Federal do Ceará na cidade.

Contribuição: Ana Flávia Junqueira